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Rendimento da Poupança: hoje (atual), mensal e anual


De acordo com o Raio-X do Investidor Brasileiro, 84% dos investidores do Brasil fazem aplicações na caderneta de poupança. O levantamento é realizado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) a cada ano.


Alguns pontos positivos da poupança são a segurança e a praticidade, mas você tem acompanhado o rendimento dela? Ele pode se configurar como uma desvantagem relevante — e é possível encontrar no mercado alternativas mais rentáveis e com segurança similar à caderneta.


Neste artigo, você entenderá a rentabilidade da poupança e conhecerá algumas alternativas de investimentos. Vamos lá?


Por que a poupança é tão popular?


Em primeiro lugar, vale a pena tentar entender a popularidade da aplicação no Brasil. Afinal, não é por acaso que a poupança é o tipo de investimento mais comum. Como mostramos, a facilidade para fazer aplicações é uma das suas vantagens.


Ela funciona como uma conta de banco, que pode oferecer depósitos, transferências e saques — além de envolver o uso de cartão de débito. Em muitos casos, a caderneta pode ser integrada à conta-corrente, tornando o processo ainda mais prático.


Outro ponto importante é que se trata de uma modalidade de baixo risco e seus retornos são isentos de Imposto de Renda. Contudo, para quem pensa no longo prazo e quer ver seu dinheiro render mais, o produto se torna menos atraente.


Com cenário de juros baixos e inflação mais em alta, a rentabilidade costuma ficar ainda mais comprometida. Em alguns períodos, ela chega a ser negativa. Ou seja, os rendimentos conquistados não são maiores do que a inflação e o dinheiro perde poder de compra.


Então, vale pensar: considerando as vantagens e desvantagens, o que vale mais a pena? Manter o dinheiro na poupança ou aplicar em outros títulos e fundos de investimentos? Para ajudar na decisão, é preciso entender, de fato, como funciona o rendimento da caderneta.


Como a poupança funciona?


Antes de entender mais a fundo sobre a rentabilidade do investimento feito na poupança, confira a seguir alguns detalhes acerca do funcionamento dela.


Não há diferença entre instituições bancárias


Diferente de outros investimentos, a poupança apresenta a mesma rentabilidade em qualquer banco. Ou seja, não há diferenças nas taxas de juros oferecidas pelas instituições financeiras.


Além dos rendimentos serem iguais, todas as poupanças também são consideradas igualmente seguras. A aplicação conta com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) — que paga o investidor em caso de problema da instituição (até R$ 250 mil por CPF e por instituição, em um limite global de R$ 1 milhão a cada 4 anos).


A remuneração acontece mensalmente


A remuneração dos depósitos feitos na poupança ocorre a cada mês — no que chamamos de dia de aniversário de seu depósito. Ou seja, se você fizer aplicações em dias diferentes, verá acréscimo de saldo em datas variadas.


Significa, ainda, que é preciso avaliar os resgates. Em casos em que seja necessário resgatar valores que forem depositados há menos de um mês, os juros do último mês podem ainda não terem sido creditados.


Ou seja, se o investidor sacar a quantia um dia antes do aniversário do depósito, não terá direito a nenhum dia juros. Afinal, o rendimento não se dá de forma diária, mas apenas quando se completa um mês.


Qual é o rendimento da poupança?


Agora, vamos entender na prática qual é o rendimento da poupança hoje. Quando se fala no assunto, é comum ouvir o termo “poupança antiga”. Ela se refere à regra de rentabilidade que existia antes de 2012.


Depósitos feitos até o início de 2012 — e que ainda estejam aplicados — rendem de maneira diferente da atual. Veja a seguir!


Rendimento da poupança antiga


Até 2012, a regra era a seguinte: taxa de juros de 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR). Como a TR tem sido zero nos últimos anos, os rendimentos pela norma antiga ficam em torno de 6% ao

ano.


Rendimento da poupança após 2012


Em 2012, a regra de rentabilidade da poupança mudou. Assim, qualquer investimento feito nela depois da mudança passa a seguir outra lógica de rentabilidade.


Hoje, o rendimento da poupança é calculado dependendo do valor da taxa Selic.


Na verdade, são duas regras:

  • Se a Selic estiver maior que 8,5%, o rendimento é igual ao anterior: 0,5% ao mês + TR;

  • Se a Selic estiver menor ou igual a 8,5%, o rendimento é de 70% da Selic + TR.


Desde o final do ano de 2017, a Selic vem sendo reduzida gradativamente para percentuais menores do que 8%. Em 2020, ela chegou ao menor patamar histórico. Assim, nos últimos anos, os rendimentos da poupança têm seguido a segunda regra.


Taxa Referencial


Como você viu, além da taxa de juros principal, a poupança também está atrelada à TR. Mas o que seria ela? A Taxa Referencial é uma média ponderada dos juros diários cobrados pelos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) das 30 principais instituições financeiras do país.


Ela foi criada nos anos de 1990 com o objetivo de ajudar a controlar a inflação. Nos últimos anos, a Selic tem cumprido mais fortemente essa função. A TR vem mantendo seu valor zerado desde o final de 2017. É possível consultar a tabela da mensal dela no Portal Brasil.


Como calcular o rendimento da poupança?


Para quem está interessado em saber quanto seu dinheiro pode render na caderneta, há uma ferramenta útil. É a Calculadora do Cidadão, disponibilizada pelo Banco Central.


De acordo com ela, quem investiu R$ 100 na poupança em 1º janeiro de 2019, por exemplo, chegou a 1º de janeiro de 2020 com R$ 104,26. Um retorno de 4,26% em um ano.


Analisando os dados, isso significa que o rendimento da poupança para o intervalo entre 2019 e 2020 ficou abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que foi de 4,52% para o período.


Ou seja, embora o dinheiro tenha rendido juros de R$ 4,26, quem investiu na poupança perdeu poder de compra em vez de ganhar. Essa é uma problemática do investimento na caderneta. Com baixa rentabilidade, a inflação consome parte dos seus lucros (ou até mesmo todo).


Qual é o rendimento atual da poupança?


Como você viu, a poupança apresenta regras diferentes para o cálculo da rentabilidade. Logo, o “rendimento atual” dela depende do momento em que você está lendo este conteúdo.


Para dar um exemplo prático de como a lógica pode mudar ao longo do tempo, no início de 2017 a Selic estava acima de 8,5%. Então, ela tinha rendimento de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) — que oscilou entre 0,03 e 0,17 na época.


Por outro lado, em setembro de 2020, a Selic estava em seu patamar mais baixo (2%) e a poupança estava rendendo 70% dela + TR (cujo valor é zero). Assim, o rendimento seria de 1,4% ao ano, bem menor do que os aproximadamente 6% de 2017.


Vale destacar, contudo, que olhar para a taxa de juros não é suficiente para saber se o investimento é vantajoso. Mesmo com os rendimentos maiores em 2017, a caderneta apresentava ganhos próximos ou abaixo da inflação do período.


Assim, é possível perceber que pelas próprias regras de rentabilidade da poupança, ela apresenta taxas de juros limitadas. Quando a Selic está mais alta e a aplicação rende mais, também é esperada uma inflação maior. Já em cenários de juros baixos, o rendimento fica ainda menor.


Rendimento mensal da poupança


Acima, você viu o rendimento anual da poupança considerando a taxa Selic em setembro de 2020. Para encontrar o rendimento mensal, basta dividir a taxa de 1,4% ao ano por 12 meses. Sendo, assim, um resultado próximo a 0,12% ao mês.


Lembre-se de que, em contextos de Selic acima de 8,5%, a taxa seria de 0,5% ao mês para a rentabilidade da poupança. Tenha em mente, ainda, que os juros só são recebidos depois que o depósito completa, de fato, um mês aplicado.


Rendimento histórico da poupança


Para entender melhor o rendimento da poupança hoje, seja mensal ou anual, é interessante também conhecer o histórico dela.  Segundo dados da empresa Bloomberg, é possível observar que os melhores juros eram recebidos em meados dos anos 1990.


A época também foi, porém, um período de inflação alta e volátil, como sabemos. Então, vale a pena notar que os ganhos mais altos não necessariamente superavam a perda do poder de compra para a inflação.


Quer saber mais sobre esses dados? Acompanhe abaixo:

  • Em dezembro de 1995, o rendimento da poupança foi de 12,9% ao mês;

  • Em dezembro de 1996, foi de 5,27%;

  • Em dezembro de 1997, foi de 11,56%;

  • Em dezembro de 1998, ficou em 11,79%;

  • Em dezembro de 1999, ficou em 2,4%.


Nos anos subsequentes, houve algumas variações, com rendimentos entre 14,68% e 6,19% ao ano. Foi a partir dos anos 2000, principalmente, que os rendimentos passaram a ficar significativamente mais baixos.


Em 2002, por exemplo, o rendimento foi negativo (abaixo da inflação). A taxa real ficou em -2,8% ao ano. O mesmo ocorreu em 2015, quando a rentabilidade ficou em -2,41%. Em 2016, o rendimento real foi positivo, mas limitado a 1,21% ao ano.


Quanto rende a poupança descontando a inflação?


Você provavelmente notou que citamos sempre a inflação como um benchmark importante para o rendimento da poupança. Isso porque considerá-la é essencial para identificar a rentabilidade real. Ou seja, quanto o dinheiro realmente rendeu em poder de compra.


Avaliar a taxa de juros de um investimento sem comparar com a inflação gera uma ilusão de rendimentos que não serão sentidos na prática. Afinal, o montante aplicado passa a valer menos ao longo do tempo porque é corroído pelo aumento de preços no Brasil.


Então, pode-se dizer que o rendimento da poupança é baixo quando comparado à inflação. O ano de 2016 é um exemplo. A rentabilidade absoluta foi de 8,30%. Pode parecer alta à primeira vista, mas, quando descontado o IPCA, a taxa real ficou em 1,89%.


Analisando os números reais e considerando as oportunidades do mercado financeiro, é possível se perguntar: por que a poupança continua sendo a aplicação mais popular? Normalmente, as pessoas considerando que a segurança justifica o limite de juros.


Contudo, existem outros investimentos em renda fixa tão seguros quanto a poupança — ou com riscos até menores — e que apresentam rentabilidades mais atrativas. Logo, vale a pena conhecê-los para tomar decisões condizentes com o que você busca.


Há investimentos com rendimentos melhores que a poupança?


Agora você já sabe que, mesmo quando a poupança rende um pouco mais, a inflação pode influenciar negativamente. Então, o próximo passo é descobrir quais são as modalidades de investimentos com retornos financeiros mais atraentes.


No mercado financeiro, é possível encontrar títulos com características semelhantes à poupança — como ativos de renda fixa que são seguros e têm alta liquidez. Também há aqueles com menor liquidez e até os de maior risco (como na renda variável).


O importante é você conhecer as suas preferências e o seu perfil de investidor, para saber quais são as alternativas mais adequadas para o seu caso. Assim, é possível buscar não apenas rentabilidade, mas também outros elementos que são relevantes para você.


Em relação ao perfil, ele pode ser conservador, moderado ou arrojado. A classificação se relaciona com os seus objetivos e a sua abertura a correr ou não riscos no mercado.


Confira a seguir alternativas que podem servir a diferentes perfis!


Tesouro Direto


O Tesouro Direto é um programa de negociação de títulos públicos. Ele foi criado para tornar mais acessível os investimentos emitidos pelo Governo Federal. Assim, pessoas físicas passaram a poder “emprestar” dinheiro para o governo.


Como outros títulos de renda fixa, eles funcionam, basicamente, como um empréstimo. O investidor disponibiliza uma quantia para aplicar e receberá juros por ela. Diferente da poupança, a rentabilidade acontece diariamente (nos dias úteis).


Assim, não há o risco, por exemplo, de não receber rentabilidade por deixar o dinheiro aplicado por menos de um mês. Além disso, os títulos do tesouro apresentam também a vantagem da segurança, pois são considerados os ativos menos arriscados do país.


A liquidez dos títulos também é alta. Embora eles tenham um prazo de vencimento, o governo garante a recompra antes da data. Então, é possível realizar resgates antecipados. Entretanto, algumas alternativas, como o Tesouro Prefixado ou o IPCA podem apresentar risco nesses casos.


Neles, o investidor recebe a taxa de juros combinada no vencimento, mas se o resgate for feito antes há a exposição à marcação a mercado. Ou seja, o valor dos títulos pode estar maior ou menor do que a taxa esperada para o resgate no vencimento.


Por outro lado, o Tesouro Selic é uma opção de liquidez mais alta, pois não há tanta exposição às oscilações no preço do título ao longo do tempo. A rentabilidade dele acompanha a taxa Selic — sendo pago ao investidor 100% dela.


CDB (Certificados de Depósito Bancário)


Os CDBs são aplicações de renda fixa emitidas por bancos. O intuito é de captar recursos de investidores para realizar suas operações (como empréstimos, financiamentos etc.). Semelhante ao Tesouro, eles funcionam como um empréstimo.


Existem duas modalidades principais de investimentos na categoria: o CDB prefixado e o CDB pós-fixado. No caso do primeiro, há uma taxa estipulada para a rentabilidade desde o início. Por exemplo, ao adquirir um CDB de 5% ao ano você já sabe quanto receberá ao final do prazo.


Na rentabilidade pós-fixada, a taxa de juros acompanha um indexador — geralmente, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Ao aplicar em um título de 100% do CDI, por exemplo, você sabe que os rendimentos variam de acordo com a taxa ao longo do tempo.


Os CDBs também são considerados seguros e contam com a garantia do FGC, como a poupança. A liquidez é um ponto a se considerar, pois alguns têm liquidez diária, mas outros

permitem resgates apenas no vencimento.



LCA – Letra de Crédito do Agronegócio


A LCA é mais um exemplo de ativo de renda fixa — que pode ser interessante para pessoas que não querem enfrentar riscos maiores. Ela também é emitida por bancos e a principal diferença em relação ao CDB é que o dinheiro é usado pela instituição para fomentar o agronegócio.


Tal particularidade gera uma vantagem para o investidor: a LCA é isenta de Imposto de Renda, diferente dos títulos públicos e do CDB. Isso acontece porque o agronegócio é considerado uma área fundamental para o país e os investimentos nela são incentivados.


Logo, a LCA apresenta a mesma vantagem da poupança em relação à isenção. Ela também é segura e conta com o FGC, mas sua liquidez não costuma ser tão alta. Além disso, pode ser necessário um valor mínimo maior para investir.


Ainda sobre a LCA, sua remuneração poderá ser atrelada a um percentual do CDI, a uma taxa prefixada ou uma taxa que acompanha a inflação + juros prefixados. Ela pode trazer ganhos superiores, mas fique atento à questão da liquidez.


LCI – Letra de Crédito Imobiliário


A LCI é um investimento muito semelhante à LCA. Ou seja, as formas de investir e de rendimento são bastante parecidas. Ela também conta com a isenção de IR, por ser voltada para outra área importante do país: o setor imobiliário.


Assim como a opção anterior, pode ser preciso ter um valor mínimo maior para fazer o aporte inicial. Diferente da poupança, que aceita valores bem pequenos, ou de outros títulos de renda fixa. Mas lembre-se de que existem diversas alternativas para combinar com suas possibilidades.



LC (Letras de Câmbio)


Continuando nos exemplos de renda fixa, é possível, ainda, investir em LCs — as Letras de Câmbio. São títulos cujo propósito é o mesmo do CDB (financiar empréstimos). A diferença é que elas são emitidas por instituições financeiras de crédito.


A rentabilidade pode ser atrativa nas LCs. Entretanto, vale lembrar de considerar outros aspectos, como a liquidez e a segurança. De modo geral, o dinheiro deve ficar aplicado até o prazo estipulado. Apesar de envolverem instituições que podem ter maior risco, há cobertura do FGC.


Bolsa de Valores


Por fim, você também pode conhecer alternativas de maior risco na bolsa de valores. Investir em ações, ETFs ou fundos imobiliários, por exemplo, é uma maneira de procurar rentabilidades maiores que a poupança — mas com mais riscos.


Migrar de uma renda fixa de baixíssimo risco para a renda variável pode ser bastante intimidador. Então, é importante você considerar seu perfil de investidor e estudar o funcionamento dos investimentos antes de tomar a decisão.


Também é possível começar aos poucos e montar uma carteira diversificada. Isto é, dividir seu dinheiro entre ativos de menor e maior risco, para ter mais segurança em suas escolhas de modo geral.


Conclusão: investir ou não na poupança?


Como você viu ao longo deste conteúdo, a poupança apresenta vantagens como a liquidez imediata, a facilidade e a não incidência do Imposto de Renda. Mas também mostramos que é possível encontrar alternativas com benefícios parecidos e melhor rentabilidade.


Vale lembrar que, em diferentes cenários econômicos, a caderneta apresentou rendimentos negativos. Ou seja, que faziam o dinheiro aplicado perder para a inflação e, na prática, valer menos — mesmo depois dos rendimentos.


Assim, pode ser interessante conhecer outras opções de investimentos e considerar o funcionamento deles. É possível fazer escolhas diversificadas. Por exemplo, aportando dinheiro em aplicações tão seguras quanto a poupança ou investindo também em ativos de maior risco.


Se a sua preferência é por não pagar Imposto de Renda, existem alternativas como a LCI ou LCA. Mas lembre-se também de que outras aplicações, mesmo cobrando IR, apresentam rentabilidade maior do que a poupança, que é isenta.


Em resumo, o ideal é que você saiba o que está buscando e procure por investimentos que contribuam com seus objetivos. Essa é uma forma de superar o rendimento da poupança sem abrir mão das características que considera fundamentais ao investir.


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O conteúdo disposto neste artigo foi originalmente publicado no blog do BTG Pactual Digital, sendo toda a responsabilidade, direitos autorais e crédito devido a seus autores.

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