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Comparando investimentos: como entender a rentabilidade real da sua carteira?


Fazer bons investimentos é um processo que envolve diferentes etapas. Além de analisar as características de cada alternativa, é preciso entender qual é a rentabilidade real que cada uma delas gerou ou tem o potencial de proporcionar para sua carteira.


Esse conceito é fundamental para sua análise por não se limitar apenas ao retorno bruto da carteira, mas considerar outros elementos relevantes. Afinal, desconsiderar impostos, taxas cobradas e o efeito da inflação pode dar uma visão equivocada sobre os seus resultados ou o potencial de ganhos.


Além disso, o conhecimento pode ajudar a compreender melhor o mercado financeiro e, até mesmo, superar impressões comum sobre o desempenho de diferentes alternativas.


Quer saber mais sobre o assunto? Neste artigo, você entenderá mais sobre a rentabilidade real da sua carteira e verá como aproveitá-la na comparação de investimentos.


Aproveite a leitura!


O que é rentabilidade real dos investimentos?

A rentabilidade é um dos pontos mais relevantes para considerar em um investimento, embora ela não seja o único elemento. De qualquer forma, é essencial ter em mente que existe uma diferença entre a rentabilidade nominal e real de um investimento.


A rentabilidade nominal é dada pelo retorno percentual, sem considerar o impacto da inflação. Por sua vez, a rentabilidade real se refere ao retorno do investimento considerando a inflação no período.


Logo, ela apresenta a medida do ganho ou perda de poder de compra da carteira ajustado por indicadores como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para calcular a rentabilidade real, a fórmula é:


Rentabilidade real = (1 + Rendimentos) ÷ (1 + Inflação) – 1


Por exemplo, se você teve retornos de 7% em um ano e a taxa de inflação nesse mesmo período foi de 3%, sua rentabilidade real foi positiva em 3,88%. Portanto, a rentabilidade real oferece uma visão mais precisa do desempenho e do retorno de um investimento.


Como entender os impactos da rentabilidade real em diferentes opções?

Agora que você entendeu mais sobre a rentabilidade real de um investimento e a importância dela, convém saber quais são os seus impactos. Veja um comparativo em diferentes opções de investimento!


CDB 100% do CDI

Entre os investimentos que você acompanhará nessa comparação está o certificado de depósito bancário (CDB) pós-fixado. Imagine que a rentabilidade dele seja de 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).


Considere que você investiu R$ 10 mil, uma única vez, em um título com vencimento em 10 anos. Aqui, vamos usar os dados entre agosto de 2013 e agosto de 2023. No período, o CDI acumulado foi de 138,8% — o cálculo pode ser feito com a Calculadora do Cidadão, do Banco Central (Bacen).


Desse modo, ao investir com exposição a 100% do CDI, a rentabilidade bruta total seria de R$ 13.880,52. Contudo, vale ressaltar que há incidência de uma alíquota do Imposto de Renda (IR). Pelo período de 10 anos, ela será de 15% sobre esse lucro.


Já descontando o IR, a rentabilidade seria de R$ 11.798,44 — um total de 117,9%. Aqui, a inflação acumulada no período foi de 79,3% — também seguindo a Calculadora do Cidadão. Logo, a rentabilidade real ficaria em 21,6%.


Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+ é um dos títulos públicos do Tesouro Direto. Ele se destaca por ter rentabilidade híbrida, combinando um retorno prefixado e outro que acompanha o IPCA. Nesse contexto, imagine um cenário similar ao CDB com 100% do CDI: R$ 10 mil por 10 anos, entre agosto de 2013 e de 2023.


Como você viu, o IPCA acumulado no período foi de 79,3% (média de 6,04% por ano). Considere que o título que você investiu tenha juros prefixados de 5% ao ano e a rentabilidade prometida foi garantida apenas no encerramento do prazo — sem cupons semestrais.


No vencimento, o rendimento bruto da sua aplicação seria de R$ 19.169,15. A alíquota de IR do CDB também incidirá aqui e seus retornos líquidos ficariam em R$ 16.293,78 — um total de 162,9%. Nesse caso, a rentabilidade real ficou em 46,5%.


É importante ressaltar que o Tesouro IPCA+, assim como demais investimentos atrelados à inflação, tem rentabilidade real garantida. Afinal, eles acompanham o índice de inflação e entregam um percentual acima dele. Porém, é fundamental aguardar até o vencimento alcançar os ganhos prometidos.


Valorização de imóveis

Ao pensar em investir montantes mais expressivos, uma opção tradicionalmente buscada é a compra de um imóvel. A ideia costuma ser buscar a oportunidade de ter renda passiva, enquanto aproveita o potencial de aumento do preço da propriedade ao longo do tempo.


Porém, com a valorização de imóveis o processo tende a ser mais complexo, já que não existe uma rentabilidade preestabelecida. Logo, não há como projetar ao certo quanto você poderia ganhar ao longo dos anos.


Apenas para fins de comparação, considere que o investimento tenha sido com os mesmos R$ 10 mil por 10 anos, conforme os outros exemplos.


Utilizando dados do índice FipeZap Venda em São Paulo, a rentabilidade bruta seria de apenas R$ 4.580,70 — 45,81%. A rentabilidade real seria negativa em 18%, aproximadamente.


Aqui, entretanto, a data base utilizada considerou os meses de junho, devido às datas de atualização do índice. Também existem diversos custos que precisam ser considerados, além dos impactos da inflação.


Entre eles, estão:

  • custo do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), quitado no momento da compra;

  • valor do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), pago anualmente;

  • custos de manutenção do imóvel;

  • despesas com condomínio, se for o caso.

Mesmo que exista a possibilidade de ter ganhos com a locação, que podem ajudar com as despesas recorrentes e manutenção, há o risco de vacância — ou seja, de não ter inquilinos ou de sofrer com a inadimplência no aluguel.

Ainda, há diversos fatores que influenciam na valorização de imóveis, desde o momento do mercado de construção civil até a localização do empreendimento.


Por que ter uma carteira diversificada é importante?

Como você viu, a rentabilidade real de um investimento mede o quanto você ganhou após descontar a inflação. Desse modo, mesmo que os retornos iniciais pareçam interessantes em um primeiro momento, eles podem não representar aumento no poder de compra.


Para minimizar esse risco, vale a pena diversificar a carteira. A prática proporciona diversas vantagens e entre elas estão:

  • proteção contra a volatilidade do mercado;

  • aumento no potencial de ganhos no longo prazo;

  • chance de aproveitar diferentes alternativas do mercado.

Uma carteira diversificada precisa contar com alternativas descorrelacionadas ou com correlação negativa. É assim que você conseguirá reduzir impactos de perdas em determinadas situações e ainda aumentar as chances de alcançar rentabilidade real positiva.


Como você acompanhou, calcular a rentabilidade real é fundamental para entender seus ganhos no mercado e comparar a performance de investimentos. Para lidar com a inflação, também vale ter uma carteira diversificada, mitigando os riscos e aumentando o potencial de ganhos.


 

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