Próxima de seu maior valor já alcançado na B3, em torno de 65 bilhões de reais, a Natura &Co dará seu passo mais ousado no mercado de capitais desde que inaugurou a revitalização da bolsa brasileira em 2004. A companhia fará uma oferta global de ações para levantar mais de 6 bilhões de reais ou mais de 1 bilhão de dólares. Os recursos serão usados para crescimento, para o projeto de sustentabilidade 2030, com destaque para a agenda “Carbono Zero”, e para digitalização e integração da Avon.
É a primeira oferta pública de ações da Natura &Co para se capitalizar, ou seja, para atrair dinheiro novo para seu caixa — embora, a terceira venda pública de papéis. Em maio, a empresa realizou uma emissão privada de ações no total de 2 bilhões de reais, dos quais 500 milhões de reais foram aportados pelos sócios fundadores, no maior investimento já realizado pelo trio Antonio Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos desde a criação do negócio.
O Morgan Stanley será o coordenador líder da oferta e o sindicato de bancos incluirá ainda Bank of America (Bofa), o Bradesco BBI, Citigroup e Itaú BBA.
O movimento é para lá de emblemático. A Natura &Co é o símbolo da revitalização do mercado de capitais brasileiro. E também de como uma empresa nacional pode se tornar uma transnacional em um dos mercados mais competitivos do mundo, com uma postura de empresa sustentável desde a largada — quando o máximo que se falava sobre meio-ambiente era sobre o buraco na camada de Ozônio. Hoje, reúne as marcas The Body Shop, Aesop e Avon, além da própria Natura, com atuação em mais de 100 países.
Desde a sua oferta pública inicial há 16 anos, quase 190 outras companhias abriram capital na bolsa, agora B3. A companhia já realizou duas outras ofertas públicas — o IPO, em 2004, e mais uma outra, em 2009. Ambas foram para vendas de ações pelos acionistas, ou seja, secundárias, e não representaram a entrada de dinheiro novo no negócio.
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