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Klabin: conselho eleva pressão sobre donos e executivos no caso da marca


A novela milionária da marca Klabin ganhou novos ingredientes. Ganhou uma sugestão de solução que não é nada boa para a família controladora, que até agora parecia confortável entre a alternativa de vender o nome à empresa ou continuar recebendo royalties por ele. Com seu voto registrado por escrito na reunião do conselho de administração de terça-feira, 15, o membro independente Pedro Marcílio, ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deixou explícitas todas as alternativas que estão na mesa dentro da companhia e que não se trata de uma questão de tudo ou nada. Para ele, a compra da marca ainda é a melhor saída e manter o contrato tal como está não é uma opção. Fica claro também  que o meio do caminho pode ser ruim para todos, inclusive para os donos da empresa.


Em 30 de outubro, os acionistas minoritários decidirão em assembleia — sem participação dos controladores controladores — se a Klabin deve ou não pagar à família 93 milhões de ações ordinárias para se tornar dona de sua marca e deixar de gastar dezenas de milhões todos os anos com seu “aluguel”. Quando a quantidade de ações foi determinada elas equivaliam a 367 milhões — valor pelo qual os controladores aceitaram vender o nome. Hoje, no mercado, os papéis valem quase 500 milhões de reais, devido à contínua valorização da empresa na B3. A Klabin está próxima de seu valor máximo histórico, avaliada em torno de 28 bilhões de reais.


Como há um risco considerável de rejeição deste acordo, pois o maior minoritário da empresa, o BNDES, está contra a proposta, o conselheiro de administração independente Pedro Marcílio já colocou na mesa quais  são as opções se isso ocorrer. Elas são baseadas nas conclusões do grupo trabalho (GT), formado só pelos conselheiros independentes, que estudou o tema em detalhes.  Marcílio sugere uma imediata e compulsória redução nos pagamentos à família, enquanto a administração decide se o melhor a fazer em bases definitivas é renegociar o contrato atual ou criar uma nova marca — ou seja a Klabin deixar de ser Klabin. Ou controladores ficam com o nome, mas ele não fica na empresa ou o pagamento pelo uso tem que cair “substancialmente”, segundo o conselheiro. Manter os royalties na proporção atual não é aceitável.


“É importante que a administração esteja preparada para, em caso de rejeição (…) pela assembleia geral, iniciar com a maior brevidade possível a implementação de uma das duas outras alternativas analisadas pelo Grupo de Trabalho (renegociação do contrato ou substituição da marca)”, diz o voto do conselheiro. Marcílio vai além: solicita desde já que a diretoria esteja pronta para levar ao conselho de administração proposta comparativa entre as alternativas citadas.



 

O conteúdo disposto neste artigo foi originalmente publicado na Exame, sendo toda a responsabilidade, direitos autorais e crédito devido a seus autores.

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