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Dynamo vende 3% de brMalls, após consolidar revolução na gestão


Depois de quase quatro anos como a maior acionista da empresa de shoppings centers brMalls, a gestora de recursos Dynamo fez uma redução importante de sua participação. A posição da casa no capital da companhia saiu de 7,44% para 4,39%. A informação foi divulgada no fim da semana passada. Em termos financeiros, considerando o valor de mercado da brMalls de 8,3 bilhões de reais, foi um movimento de aproximadamente 250 milhões de reais. Outros 365 milhões de reais continuam aplicados no negócio.


A Dynamo foi a gestora que liderou a articulação de acionistas para modificações na gestão e estratégia da companhia, que tem em seu portfólio o shopping Villa-Lobos e o Tamboré, entre suas 31 unidades. A iniciativa culminou na saída do então presidente executivo Carlos Medeiros, após gerir o negócio por uma década. A posição se consolidou em dezembro de 2016 — ano em que a brMalls terminou avaliada em 7,2 bilhões de reais na B3 — e as alterações na administração ocorreram no início do ano seguinte. Na época, a iniciativa teve apoio de diversos outros acionistas, incluindo o sócio da empresa original do portfólio, a antiga Ecisa. Quem assumiu a presidência foi o então diretor Ruy Kameyama.


Em julho deste ano, enquanto a Dynamo preparava sua saída parcial, quem entrou para a base de maiores investidoras da empresa de shoppings centers foi a Velt (antiga M Square), depois de alcançar uma fatia de 5% na empresa. Desde que a pandemia do novo coronavírus atingiu o Brasil, com a queda nas cotações, a companhia atraiu outros investidores, como o Opportunity, além da própria Velt, e ainda levou a Squadra a voltar a aumentar sua fatia. A casa havia participado das mudanças implementadas em 2017, junto com a Dynamo, mas não figurava mais entre as maiores sócias.


A brMalls é uma empresa de capital totalmente pulverizado. Mas sua base de acionistas, historicamente, atrai casas fundamentalistas e que acompanham o negócio de perto. A lista de sócios tem seis grandes gestoras de recursos com fatias acima de 5% — agora, cinco, após as vendas da Dynamo, que ainda segue como acionista. Também estão lá a Atmos e BlackRock.


O setor de shoppings centers está entre os poucos que ainda está distante de recuperar o mesmo patamar de valorização pré-pandemia. A brMalls, por exemplo, terminou fevereiro avaliada em 14,3 bilhões de reais — ou seja, ainda acumula queda superior a 40%. Já o Índice Bovespa terminou a sexta-feira acima de 101 mil pontos, com uma recuperação quase total diante dos 63 mil pontos que chegou a marcar no auge do estresse, em meados de março.


A saída da Dynamo se deu após a gestora deixar o conselho de administração, órgão do qual participava diretamente desde a assembleia geral ordinária de 2017. Bruno Rudge, sócio da casa, era conselheiro e na assembleia geral deste ano, de 2 de julho, foi substituído por Gerald Dinu Reiss. É raro a Dynamo indicar um gestor próprio para o conselho. Nas ocasiões em que participou diretamente da administração, a gestora sempre se declara, de forma voluntária, permanentemente impedida. Por isso, a posição em brMalls ficou travada durante todo estes anos, a despeito de todas as mudanças que a Dynamo fez no portfólio no período — o que inclui a captação de 1 bilhão de reais em março, após nove anos do fundo Cougar fechado.




 

O conteúdo disposto neste artigo foi originalmente publicado na Exame, sendo toda a responsabilidade, direitos autorais e crédito devido a seus autores.

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