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Avaliada em R$ 115 bi, Rede D’Or estreia como 10ª maior empresa da B3


Estreia no pregão de amanhã, dia 10, a maior companhia em avaliação de mercado que fez uma oferta pública inicial (IPO) na B3: a rede de hospitais fundada por Jorge Moll Filho, no Rio de Janeiro, Rede D’Or São Luiz A ação da companhia ficou em 52,97 reais na definição de preço pelos investidores realizada nesta terça-feira, dia 8, o tal do bookbuilding, um pouco acima do meio da faixa indicativa para a operação.


Tudo isso significa dizer que a Rede D’Or chegará à bolsa avaliada em aproximadamente 115 bilhões de reais — no seleto grupo das dez maiores empresas em capitalização bursátil, a expressão quase palavrão que significa valor de mercado. Pela cotação atual, estreia à frente de Banco do Brasil (BB), que fica com 11ª posição.


Esse valor também coloca a Rede D’Or, a primeira companhia pura de hospitais de capital aberto, como a maior do setor de saúde na B3. Já chega valendo o dobro da Hapvida (56 bilhões de reais) e da Notre Dame Intermédica (45 bilhões de reais). O múltiplo de estreia ficou acima das rivais na largada, entre 25 e 30 vezes o Ebitda projetado para 2021, enquanto as demais são negociadas entre 23 e 28 vebzes o Ebitda estimado para o ano que vem.


Outro grupo restrito no qual a empresa deve ganhar lugar logo de cara é o de ações que pertencem ao MSCI Brazil, o índice usado como referência por estrangeiros para investimento no Brasil. O que deve fazer a companhia ser destaque de liquidez no pregão e com potencial para ingressar no Índice Bovespa dentro de um ano (o indicador é constituído a partir de uma média móvel de negociação de doze meses).


A oferta propriamente, que renderá nada menos do que 8,44 bilhões de reais ao caixa da empresa, não foi a maior. Para tanto, precisaria ter saído no teto do preço sugerido, ou seja, 64,35 reais — conduta que se tornou absolutamente impopular.


Potencial tinha: o livro com as demandas passou de 80 bilhões de reais, ou seja, 7 vezes a oferta. Em outros tempos, assim teria sido. Mas o novo manual das boas práticas pede que o preço das bem-sucedidas fique no centro da faixa sugerida, para que o “day after”, no pregão de estreia, mostre que ainda tem muita gente querendo o papel. Rede D’Or ousou em ficar 2,3% acima do centro com um livro de fazer inveja.


Por alguns milhões, o valor da oferta ficou atrás da estreia de BB Seguridade em 2013, que movimentou um pouco menos de 11,5 bilhões de reais, e por algumas centenas de milhões, perdeu para a oferta inicial de Santander, que chegou a 13,2 bilhões de reais, em 2009. Todos esses valores atualizados fariam essas diferenças maiores, mas a ilustração continua válida.




 

O conteúdo disposto neste artigo foi originalmente publicado na Exame, sendo toda a responsabilidade, direitos autorais e crédito devido a seus autores.

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